Vida Lenta Vida Feliz

Vida lenta, Vida feliz

 

 Já parou para pensar naquilo em que a nossa vida se transformou? Corremos, dia a dia, vivemos para o fim de semana. Mal domingo chega já existe na nossa cabeça um relógio em contagem decrescente para a hora em que o despertador toca na segunda-feira. Não há tempo para ouvir as crianças, nem para cozinhar uma refeição em condições. 

É tudo rápido. Temos comida rápida e transportes tão rápidos que conseguem atingir velocidades que não são permitidas por lei. Mas o pior é que não damos tempo à vida. Também tem de ser rápida. 

As crianças crescem rápido e as mães contam encantadas que o filho com 9 meses já diz palavras, já tem 6 dentes e está a começar a andar. Com 5 anos já pode ir para a escola e se não faz seis até ao dia 31 de Dezembro, arranja-se um relatório psicológico que indique que o grau de desenvolvimento da criança já lhe permite frequentar o primeiro ano. 

Os sete anos já não são a idade da razão. E ir para a escola é só aprender as letras e os números (muito mal, penso eu) e não é a fase linda da socialização em que se constróiem os laços de amizade mais intensos e já recordados até ao fim da vida. Isso pode-se saltar se for para ter o filho mais inteligente e mais novo da turma.

 As avós e os infantários substituem as mães que estão tão ocupadas a fazer imensas tarefas que não conseguem ter tempo para observar o dente que caiu no recreio de hoje. A televisão, a play station e o computador são as baby-sitters preferidas dos pais. Ninguém repara que as crianças não dormem o número de horas suficientes e fazem horários de adultos. Ficam a ver telenovelas e os mais velhos a falar no msn até à meia noite. É sempre a andar. 

As crianças entram no ritmo e recriam nas suas brincadeiras a rapidez da vida: 

 * Vamos fingir que estamos a dormir! 

 * Ró chi, ró chi, ró chi... * Já está. 

* Temos de correr para ir para o emprego. 

 É preciso reaprender a viver ao ritmo da vida. É preciso reaprender a gozar o momento e a gosto pela vida. Para que o prazer de viver, ou seja, a delícia de “trincar” um momento pela primeira vez possa ter o encanto de um dia de sol no Inverno.


 

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